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Moradias preparadas para idosos começam a surgir no Brasil

  • Foto do escritor: Magno Três Figueiras SP
    Magno Três Figueiras SP
  • 14 de jul.
  • 4 min de leitura
O condomínio Magno Três Figueiras São Pietro, em Porto Alegre, é feito para pessoas 60+
O condomínio Magno Três Figueiras São Pietro, em Porto Alegre, é feito para pessoas 60+

O envelhecimento da população tem mexido com vários segmentos da economia, que começam a olhar para este público com mais atenção. Afinal, a chamada geração prateada deve movimentar R$ 3,8 trilhões em 2044, o que representa 35% do consumo domiciliar privado, que está projetado em R$ 10,8 trilhões, segundo a pesquisa Mercado Prateado: consumo dos brasileiros 50+, que integra o projeto Brasil Prateado, realizada pelo Data8.


Essa mudança no perfil etário abre espaço para o setor de construção que tem começado a lançar imóveis do tipo senior living, que são moradias adaptadas que proporcionam independência, segurança e qualidade de vida aos mais velhos. De acordo com Martin Henkel, especialista em marketing 60+ e CEO da SeniorLab, o consumidor maduro não está apenas acompanhando tendências, ele está criando novas exigências.

Morar bem, com conforto, segurança e acesso facilitado a serviços, não é luxo para esse público, é prioridade”.


Público maduro tem conforto como prioridade, não luxo, explica Martin Henkel, CEO da SeniorLab - Foto: Divulgação
Público maduro tem conforto como prioridade, não luxo, explica Martin Henkel, CEO da SeniorLab - Foto: Divulgação

O consultor alerta que não é só uma questão de adaptar as casas ou os apartamentos é preciso pensar em áreas de lazer adaptadas para o público maduro, com espaços de convivência e equipamentos para atividades físicas ao ar livre, além de serviços por demanda.


Ele cita como exemplo que as avós de hoje são bem diferentes, elas não querem ter somente a obrigação de cuidar de netos, elas querem sair, viajar, fazer atividade física e ter independência em todos os aspectos.


Henkel ressalta ainda que ao se pensar em moradia para idosos, também é preciso entender as tendências que vêm com a longevidade urbana, como:


  • Convivência intergeracional: bairros que promovem diversidade de idade e espaços de encontro são mais valorizados;

  • Acessibilidade discreta: rampas, elevadores e sinalizações adaptadas são fundamentais, mas  degvem ser integradas ao design urbano e com elegância;

  • Vida ativa e conectada: academias ao ar livre, praças e ciclovias fazem parte do “pacote ideal” para esse público;

  • Tecnologia e bem-estar: segurança, automação e conectividade também entram no radar do morador 60+.


“A população madura não quer morar em lugares ‘preparados para idosos’, mas sim em bairros que ofereçam autonomia, estímulo à vida ativa e conforto para todas as idades”, reforça Henkel.

Cada rampa construída, cada calçada bem planejada e cada metro quadrado arborizado é, na prática, um investimento na valorização imobiliária do futuro".

Antes tarde do que nunca

O especialista avalia que esse tema moradia para idosos está “atrasado” no Brasil. “Nós temos uma área de sombra por bastante tempo ainda, o que é uma pena. As construtoras estão começando agora, uma coisa que já é um movimento no exterior e que já deveria ter começado", diz. Isso porque entre um projeto sair do papel e ser colocado para ser habitado pode levar três a cinco anos, às vezes mais.


Magno Três Figueiras oferece atividades para moradores do condomínio - Foto: Carlos Macedo
Magno Três Figueiras oferece atividades para moradores do condomínio - Foto: Carlos Macedo

As moradias para idosos começam a despontar em alguns lugares no Brasil como, Porto Alegre, São Paulo e Florianópolis.


Porto Alegre

Em Porto Alegre, o sócio-fundador do Grupo São Pietro Hospitais e Clinicas Luciano Zuffo, disse que recebeu o convite de uma incorporadora para uma parceria para criar a operação de um Senior Living de alto padrão, o Magno Três Figueiras São Pietro.


O executivo tentou encontrar algumas referências no Brasil, ao não encontrar, buscou benchmarking fora do País. “Lá fora isso é muito mais bem desenvolvido do que aqui, porque a cultura dos países com  população mais idosa aponta que para locais assim. Aqui, as pessoas se sentem culpadas por colocar seus familiares nesses lugares, uma mistificação ruim do asilo", pondera.


Para mudar esse pensamento, Zuffo e os sócios criaram um projeto que transcende a questão da saúde, com foco em convivência, atividades, comunidade, e que conta com uma equipe multidisciplinar voltada para o bem-estar. 


O sócio-fundador do Grupo São Pietro Luciano Zuffo quer desmistificar a ideia de asilo - Foto: Divulgação
O sócio-fundador do Grupo São Pietro Luciano Zuffo quer desmistificar a ideia de asilo - Foto: Divulgação

Entre os serviços oferecidos no empreendimento estão salão de beleza, spa, academia, seis refeições diárias com acompanhamento de nutricionista, quartos para casais e individuais, com diferentes tamanhos para atender às necessidades dos moradores.


Outro item importante é um dispositivo antiqueda dentros dos apartamentos e o GPS com botão de pânico para segurança dos residentes que têm autorização familiar para sair. “Dentro do residencial, a equipe acompanha e localiza os moradores. Considero essa autonomia um ponto importantíssimo”.

O Magno Três Figueiras São Pietro foi lançado em setembro de 2024 e, atualmente conta com 55 moradores, o que representa quase 50% da ocupação total.


Entre os residentes, a maior parte é do sexo masculino, na faixa etária média de 83,5 anos. Do total de moradores, 27% estão no grau 1 (independentes), 33% no grau 2 (autonomia parcial), e 35% estão no grau 3 (sem autonomia). O tíquete médio mensal está entre R$ 15.500 e R$ 16.000, variando conforme o nível de assistência.


Zuffo revelou ainda que tem planos de expansão para Santa Catarina, Paraná, São Paulo (interior e capital) e interior do Rio Grande do Sul, com projetos em diferentes fases. 


Fonte:



 
 
 

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