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Foto do escritorMagno Três Figueiras SP

Por que sair de casa e interagir é essencial para os idosos

Socialização é fundamental para evitar o isolamento e, consequentemente, abalos mais sérios desencadeados por doenças como a depressão, que têm consequências também físicas


Atividade de estimulação da memória reúne idosos em residencial geriátrico de Porto Alegre.André Ávila / Agencia RBS


Atividades como interagir e sair de casa têm peso de prescrição médica para a terceira idade. A socialização é fundamental para evitar o isolamento dos idosos e, consequentemente, abalos mais sérios desencadeados por doenças como a depressão, que têm consequências também físicas.


A saúde deve ser pensada de forma ampla e abrangente, orienta o médico geriatra Marco Túlio Cintra, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e professor do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Não se trata apenas de uma questão de ausência ou presença de doença. O caráter preventivo é fundamental.


— O idoso saudável sai de casa, cuida das finanças, gerencia a própria vida. Uma pessoa sozinha, sem interação social, se alimenta pior, faz menos atividade física, passa muito tempo sentada. Isso tudo vai repercutir na saúde — afirma Cintra.


Boas práticas que envolvem outras pessoas, por sua vez, demonstram muitos benefícios. O ideal é que se mantenham esses hábitos ao longo da vida, mantendo-os na velhice.


— Amizades e atividades de lazer têm relação direta com o envelhecimento saudável — analisa o geriatra.

Uma amostra do que a redução do convívio social é capaz de provocar foi visível na pandemia, relembra Paula Leite Dutra, especialista em clínica médica do Hospital Mãe de Deus e do Magno Três Figueiras São Pietro. Idosos ficaram completamente isolados, sem contato com familiares, restritos às residências, devido ao risco de contaminação pelo coronavírus.


— Quem já tinha algum déficit cognitivo teve uma progressão — constata Paula, também mestre em Gerontologia. — A solidão está muito relacionada com estresse, maior risco de demência e piora de doenças cardiovasculares. Os idosos são uma população mais vulnerável à depressão. Interagir com outras pessoas diminui esses riscos — acrescenta a médica.


Exercícios físicos estão no topo das recomendações. Conjugá-los com atividades que incluam outras pessoas é excelente. Por exemplo: convidar uma amiga para a prática da caminhada diária. Ao mesmo tempo em que exercitam o corpo, ambas também trabalham o fundamental aspecto da socialização.

Nos casos de idosos já muito presos em uma rotina pobre de atividades, que passam muito tempo em casa sozinhos, deitados ou no sofá vendo televisão, o desafio é maior. Ter uma rede de contatos cada vez menor repercute negativamente na saúde, alerta Cintra. A família e o médico de referência precisam se esforçar para quebrar esse padrão.


— O que tentamos fazer no consultório é começar a modificar essa rotina. Fazer caminhada ou pilates é uma maneira de sair de casa duas, três vezes por semana. Converso com os parentes para que chamem a pessoa para almoçar — conta Cintra.

Para o caso de pacientes que vivem em residenciais geriátricos, vale a mesma recomendação para os familiares se manterem atuantes.


— Tem que visitar e participar do dia a dia desse idoso. Mesmo ele não estando mais na sua casa, o ambiente tem que se tornar um pouco a sua casa — diz Paula.


Estímulos à socialização


Fonte: Larissa Roso

GZH

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