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Foto do escritorMagno Três Figueiras SP

A cada cinco gaúchos, um tem 60 anos ou mais. Acolhimento é fundamental para a saúde e bem-estar da população idosa.

Dados mais recentes do censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam o Rio Grande do Sul como o estado com o maior percentual de idosos no país. São 2.193.416 indivíduos com 60 anos ou mais, representando mais de 20% da população, um segmento que demanda cuidados específicos.


O acolhimento é vital para a manutenção da saúde e do bem-estar das pessoas mais velhas. De acordo com especialistas, o contexto pós-enchentes – a pior catástrofe ambiental já ocorrida em solo gaúcho – remete aos momentos críticos da pandemia de coronavírus e é acompanhado de incertezas que podem intensificar episódios de ansiedade, solidão e desamparo.


A questão não é apenas material ou financeira, mas também afetiva e emocional. “Tempo e atenção são as principais formas de acolhimento ao idoso”, ressalta a geriatra Estefânia Mocelin, do residencial Magno Três Figueiras São Pietro, de Porto Alegre. “Essa dedicação é essencial, algo simples, mas bastante eficaz e ao alcance de todos.”


Ela destaca três ações simples que fazem muita diferença. Essas atitudes estão diretamente ligadas às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o envelhecimento ativo da população, com base em quatro eixos: saúde (bem-estar biopsicossocial), participação (social, cultural, espiritual e cidadania), segurança (inclusive no âmbito da proteção) e aprendizagem (formal ou informal) ao longo da vida.


Pilares

Estefânia chama a atenção para a importância de três gestos fundamentais. Todos envolvem empatia, ou seja, colocar-se no lugar do outro para entender melhor suas particularidades e necessidades.


  • Escuta ativa: mesmo que as histórias contadas sejam repetitivas ou não pareçam ter nexo, ouvir e interagir é uma forma efetiva de conceder amparo, fazendo com que o idoso perceba que as pessoas se importam com ele, tanto na esfera física quanto mental.

  • Senso cognitivo: viabilizar e estimular o engajamento em jogos, leitura de jornais, revistas ou meios digitais, bem como atividades de canto ou dança, por exemplo, favorece aspectos como a memória e o raciocínio.

  • Socialização: como em qualquer outra fase da vida, o indivíduo nessa faixa etária necessita de validação e sensação de pertencimento social. Interagir com as pessoas de seu círculo (seja na família ou em uma instituição de acolhimento) fortalece seu vínculo com a realidade.


Artigo publicado no O SUL (Marcello Campos)

Porto Alegre, Sexta, 14 de Junho de 2024 - OSUL | 20


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